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23/10/14

Exercícios de orientação para doentes com demência

Hoje, apresentamos uma nova série no blogue do Centro Virtual do Envelhecimento — a série AtivaMente dedicada a exercícios de estimulação cognitiva. Através destes exercícios procuramos promover um envelhecimento ativo estimulando diferentes funções mentais (memória, cálculo, atenção, perceção, linguagem, etc.) No final dos nossos artigos pode fazer o download de cada exercício para impressão. 

Os primeiros exercícios servem para perceber a orientação de um doente de Alzheimer e chegam da obra Só Um Pouco Mais de Quase Nada de Sofia Nascimento e Paulo Rodrigues. Na obra, os autores dão a conhecer alguns exercícios de reabilitação para pessoas com demências de três tipos: questionável, moderada ou severa.

Reabilitação provém da palavra habilitação, isto é, tornar-se hábil. Por reabilitação entende-se como tornar-se hábil novamente. De acordo com os autores, ao exercitar um doente com Alzheimer ou outro tipo de demência para uma reabilitação neuropsicológica, diminuem-se os défices cognitivos dos doentes, que se vão manifestando com a progressão da demência, reduzem-se os impactos negativos que a condição traz à vida quotidiana e valorizam-se as capacidades mantidas no máximo tempo possível.

Mas para se desenhar qualquer programa de reabilitação, devem existir respostas para algumas questões: o que se vai reabilitar? Como se vai reabilitar? Há necessidade de realizar mais do que um tipo de reabilitação? E em que momento colocar o programa ou exercícios em prática? Os exercícios de orientação devem ter, desta forma, um caratér dinâmico para simplificar a vida do paciente. Devem ser igualmente interdisciplinares e unicamente para doentes com demência. São também necessárias, segundo Sofia Nascimento e Paulo Rodrigues, técnicas de modificação de comportamento para melhorar funções cognitivas e para alterar emoções derivadas da patologia que não são normais no doente.

O exercício que apresentamos em seguida consiste em colocar um conjunto de perguntas ao paciente, estimulando diferentes componentes da orientação: a orientação da própria pessoa, a orientação temporal e a orientação espacial.

Grupo 1 — Orientação da pessoa

Questionar o paciente:

  1. Como se chama?
  2. Quantos anos tem?
  3. É casado/solteiro/viúvo?
  4. Em que ano nasceu?
  5. Qual a data do seu aniversário?
  6. Tem filhos? Quantos filhos tem? 
  7. Como se chamam os seus filhos?
  8. Tem netos? Quantos netos tem?
  9. Qual a idade dos seus netos?
  10. Como se chamam os seus netos?
  11. Como se chama(m) o(s) neto(s) do seu filho mais velho?
  12. Como se chama (ou chamava) a sua esposa (o seu esposo)?

Grupo 2 — Orientação temporal

Questionar o paciente:

  1. Que dia da semana é hoje?
  2. Quantos são hoje (dia do mês)?
  3. Em que mês estamos?
  4. Em que ano estamos?
  5. Em que estação do ano estamos?
  6. Vamos almoçar dentro de momentos, em que altura do dia está?
  7. Se forem horas de jantar, que horas serão?
  8. Pode também utilizar questões sobre uma data especial, como é o caso Natal ou de aniversários:
  9. Sabe que dia é hoje?
  10. Porque é que este é um dia especial?
  11. O que é que temos, por norma, de sobremesa neste dia?

Grupo 3 — Orientação espacial

Questionar o paciente através de perguntas como:

  1. Neste momento em que parte da casa estamos?
  2. Em que rua estamos? (quando sair para passear.)
  3. Em que cidade é que nós moramos?
  4. Esta cidade pertence a que distrito?
  5. Em que país estamos?
  6. Em que andar nos encontrarmos?
  7. Como se chama este edifício? (hospital escola, tribunal, entre outros.)

Fonte do exercício: NASCIMENTO, Sofia & RODRIGUES, Paulo — Só um Pouco mais de Quase Nada. Viseu: PsicoSoma, 2010, p. 66.

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