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Exercícios de orientação para doentes com demência
Hoje, apresentamos uma nova série no blogue do Centro Virtual do Envelhecimento — a série AtivaMente dedicada a exercícios de estimulação cognitiva. Através destes exercícios procuramos promover um envelhecimento ativo estimulando diferentes funções mentais (memória, cálculo, atenção, perceção, linguagem, etc.) No final dos nossos artigos pode fazer o download de cada exercício para impressão.
Os primeiros exercícios servem para perceber a orientação de um doente de Alzheimer e chegam da obra Só Um Pouco Mais de Quase Nada de Sofia Nascimento e Paulo Rodrigues. Na obra, os autores dão a conhecer alguns exercícios de reabilitação para pessoas com demências de três tipos: questionável, moderada ou severa.
Reabilitação provém da palavra habilitação, isto é, tornar-se hábil. Por reabilitação entende-se como tornar-se hábil novamente. De acordo com os autores, ao exercitar um doente com Alzheimer ou outro tipo de demência para uma reabilitação neuropsicológica, diminuem-se os défices cognitivos dos doentes, que se vão manifestando com a progressão da demência, reduzem-se os impactos negativos que a condição traz à vida quotidiana e valorizam-se as capacidades mantidas no máximo tempo possível.
Mas para se desenhar qualquer programa de reabilitação, devem existir respostas para algumas questões: o que se vai reabilitar? Como se vai reabilitar? Há necessidade de realizar mais do que um tipo de reabilitação? E em que momento colocar o programa ou exercícios em prática? Os exercícios de orientação devem ter, desta forma, um caratér dinâmico para simplificar a vida do paciente. Devem ser igualmente interdisciplinares e unicamente para doentes com demência. São também necessárias, segundo Sofia Nascimento e Paulo Rodrigues, técnicas de modificação de comportamento para melhorar funções cognitivas e para alterar emoções derivadas da patologia que não são normais no doente.
O exercício que apresentamos em seguida consiste em colocar um conjunto de perguntas ao paciente, estimulando diferentes componentes da orientação: a orientação da própria pessoa, a orientação temporal e a orientação espacial.
Grupo 1 — Orientação da pessoa
Questionar o paciente:
- Como se chama?
- Quantos anos tem?
- É casado/solteiro/viúvo?
- Em que ano nasceu?
- Qual a data do seu aniversário?
- Tem filhos? Quantos filhos tem?
- Como se chamam os seus filhos?
- Tem netos? Quantos netos tem?
- Qual a idade dos seus netos?
- Como se chamam os seus netos?
- Como se chama(m) o(s) neto(s) do seu filho mais velho?
- Como se chama (ou chamava) a sua esposa (o seu esposo)?
Grupo 2 — Orientação temporal
Questionar o paciente:
- Que dia da semana é hoje?
- Quantos são hoje (dia do mês)?
- Em que mês estamos?
- Em que ano estamos?
- Em que estação do ano estamos?
- Vamos almoçar dentro de momentos, em que altura do dia está?
- Se forem horas de jantar, que horas serão?
- Pode também utilizar questões sobre uma data especial, como é o caso Natal ou de aniversários:
- Sabe que dia é hoje?
- Porque é que este é um dia especial?
- O que é que temos, por norma, de sobremesa neste dia?
Grupo 3 — Orientação espacial
Questionar o paciente através de perguntas como:
- Neste momento em que parte da casa estamos?
- Em que rua estamos? (quando sair para passear.)
- Em que cidade é que nós moramos?
- Esta cidade pertence a que distrito?
- Em que país estamos?
- Em que andar nos encontrarmos?
- Como se chama este edifício? (hospital escola, tribunal, entre outros.)
Fonte do exercício: NASCIMENTO, Sofia & RODRIGUES, Paulo — Só um Pouco mais de Quase Nada. Viseu: PsicoSoma, 2010, p. 66.
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