O envelhecimento da população: um eixo estratégico para o futuro

Portugal e Espanha criam uma aliança para analisar, otimizar e promover o desenvolvimento e a investigação em torno do envelhecimento. Os desafios e as oportunidades do envelhecimento.

A Direção-Geral da Saúde e a Universidade do Algarve assinaram na quarta-feira, dia 4 de fevereiro, um Acordo Quadro de Colaboração com as Fundações Gerais da Universidade de Salamanca e do Conselho Superior de Investigações Científicas que pretende afirmar-se como uma referência nacional e internacional na abordagem a um dos desafios mais prementes da nossa sociedade: o envelhecimento populacional. 

O Acordo Quadro de Colaboração tem como linha estratégica de trabalho o envelhecimento e foi assinado pelo Diretor-geral da Saúde, Francisco George, pelo Reitor da Universidade de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, pelo Reitor da Universidade do Algarve, António Branco e pelo Diretor-geral da Fundação Geral do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), Miguel García Guerrero.

A nossa sociedade enfrenta atualmente um processo global de envelhecimento resultante do aumento progressivo da esperança de vida e da diminuição das taxas de natalidade. Estes dois fatores provocam alterações nas pirâmides etárias e daí resultam importantes consequências sociais e económicas. Os estudos desenvolvidos preveem que, em 2050, a população com mais de 65 anos ultrapasse os 21% a nível mundial e os 30% tanto em Portugal como em Espanha. 

Sendo estes dados particularmente relevantes para as sociedades portuguesa e espanhola, é imperativo abraçar os desafios futuros de uma sociedade envelhecida por forma a promover uma maior longevidade com mais saúde e qualidade de vida. 

Importa ainda assinalar que, em 2007, o Programa sobre o Envelhecimento das Nações Unidas e a Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria estabeleceram a “Agenda de Investigação sobre o Envelhecimento para o século XXI” (Research Agenda on Ageing for the 21st Century) identificando nela um conjunto de prioridades investigação sobre o tema que as instituições deste acordo querem impulsionar tendo em conta, pelo menos, dois aspetos:

• As capacidades dos sistemas de Investigação & Desenvolvimento de Espanha e Portugal aplicadas à temática do envelhecimento;
• O potencial transdisciplinar desta temática;

É esta caraterística de transdisciplinaridade que as partes signatárias deste Acordo pretendem incorporar na abordagem e na análise do fenómeno do envelhecimento. É também essa mesma transdisciplinaridade que leva as entidades deste Acordo a identificarem as necessidades atuais e a promoverem respostas  adequadas às mesmas. No âmbito da formação, por exemplo, esta nova realidade demográfica irá requerer profissionais distintos que possam compreender o envelhecimento de uma forma global a partir das suas respetivas áreas de especialização. Para tal, a promoção de novos quadros profissionais será uma das pedras angulares das ações a desenvolver no âmbito deste Acordo de Colaboração.

Urge ainda destacar a crescente dimensão quantitativa do grupo populacional com mais de 65 anos que constitui, por si próprio, um setor económico com todas as caraterísticas que tal pressupõe. Como tal, e paralelamente aos desafios sociais e económicos que resultam do envelhecimento, surgem também várias oportunidades que podem representar fatores positivos para o desenvolvimento nas áreas da criação de emprego e da dinamização na prestação de serviços especializados.

Para a prossecução deste Acordo Quadro de Colaboração, as partes signatárias criarão os Grupos de Trabalho necessários e levarão a cabo todas as ações de interesse com o objetivo de estabelecer um Plano de Trabalho que será executado de acordo com as diretrizes estabelecidas em cada marco específico.