blogue

04/09/14

As oficinas terapêuticas como instrumentos de reabilitação psicosocial

A associação ProfundaMente, localizada em Lisboa, implementou uma iniciativa chamada Oficinas Terapêuticas, que recebeu o prémio European Foundations Initatives on Dementia concedido pela Network of European Foundations. Descubra como esta iniciativa pode ajudar todos aqueles que padecem de alguma demência.

A ProfundaMente é uma associação portuguesa que aborda o envelhecimento e a doença de Alzheimer, promovendo as capacidades, a autonomia e a integração social desses pacientes. A associação centra a sua ação na assistência, na formação, na educação e na investigação de muitas questões que estão ligadas ao envelhecimento. Para a organização, «compreender e ajudar no envelhecimento de todos é olhar para a pessoa e dar sempre um sentido à vida, bem-estar, participação social e dignidade mesmo nas situações mais adversas como a perda de capacidades cognitivas, de memória, da linguagem ou da capacidade de realizar tarefas».

As Oficinas Terapêuticas têm como base os princípios de assistência e de integração na comunidade. Mas em que consistem esses oficinas? Segundo a organização, são pequenas unidades de intervenção terapêuticas localizadas nas comunidades onde decorrem e, como tal, fazem uso das estruturas comunitárias que estão ligadas aos cuidados sanitários de atenção primária onde se desenvolvem programas dirigidos às pessoas com Alzheimer ou outras doenças relacionadas.

Desta forma, as sessões são consideradas instrumentos de reabilitação psicosocial com inúmeras vantagens. Em primeiro lugar, incentivam a interação e a inclusão social. A realização de atividades em grupo estimula não só formas de pensar e de atuar em conjunto, mas gera também um sentimento de identidade e de pertença. As pessoas que sofrem de demência experimentam diversas limitações que resultam, na sua maioria, da evolução da doença, mas que também estão frequentemente associadas à falta de informação e de compreensão por parte da sociedade, o que pode conduzir ao isolamento destes pacientes. Recuperar o interesse pelo mundo exterior, combater a apatia e os sintomas depressivos associados é extremamente importante na hora de melhorar a qualidade de vida dos doentes e as Oficinas Terapêuticas são um excelente contributo para alcançar esses objetivos.

Por outro lado, este tipo de atividades estimula a criatividade, a imaginação, a expressão e a comunicação entre os pacientes e a sociedade. As Oficinas podem ser compostos por diversas atividades em grupo que vão, por exemplo, desde a música até à realização de trabalhos manuais, passando por outros trabalhos diversos em jardins ou museus municipais, entre outros lugares. Independentemente do tipo de atividade, todas elas estimulam o objetivo principal de dar um propósito e sentido à vida das pessoas com demência.

Em última análise, as Oficinas Terapêuticas representam um espaço inovador e um importante apoio no combate às doenças neurodegenerativas. Aqui, os pacientes podem desenvolver as suas habilidades manuais e artísticas, de comunicação e de sociabilização. A interação com a sociedade é benéfica não só para o doente, mas também para ajudar a aliviar o estigma associado à demência, sensibilizando a opinião pública para a importância do contato com esses pacientes e do seu direito à dignidade, à participação ativa e à satisfação pessoal.

Se conhece outros exemplos de Oficinas Terapêuticas ou de outras boas práticas semelhantes, escreva-nos a contar a sua experiência.

Submeter um novo comentário