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16/02/15

Este tremor é Parkinson?

A maior parte da população sentirá, num determinado momento da sua vida, algum tipo de tremor no corpo. O tremor é um movimento muscular involuntário do corpo ou de qualquer um dos seus membros. Pode afetar as mãos, os braços, a cabeça, as cordas vocais, o tronco ou as pernas. No entanto a maioria dos tremores ocorre nas mãos e, quando isso acontece, surge a dúvida se a causa é ou a doença de Parkinson.

São vários os problemas que podem provocar tremores como o hipertiroidismo, a disfunção hepática, os acidentes vasculares cerebrais, a dependência de drogas ou de medicamentos, os baixos níveis de açúcar no sangue, as doenças renais ou a ansiedade.

Existem 4 tipos de tremores principais:

1. Tremor de repouso ou estático – surge quando os músculos estão em repouso e, por isso, notam-se menos quando a pessoa movimenta esses músculos.

2. Tremor voluntário ou cinético – aparece depois de termos feito um movimento intencional como carregar num botão ou esticarmos um braço para chegar a uma porta. O tremor atenua-se quando deixamos de fazer esse esforço e os músculos envolvidos ficam em repouso.

3. Tremor postural ou de ação – ocorre, por exemplo, quando mantemos os braços ou as pernas, por um longo período de tempo, numa posição contra a força da gravidade. Exemplos: quando mantemos os braços esticados, quando somos forçados a estar de pé direitos ou numa posição inadequada.

4. Tremor essencial – é um tipo de tremor genético que não tem sintomas neurológicos, isto é, registam-se apenas os tremores. Este tipo de tremor é geralmente bilateral (nos dois lados do corpo) e simétrico (ambos os lados tremem da  mesma forma). Nota-se mais nas mãos e é mais intenso quando os pacientes esticam os braços, ao contrário dos tremores provocados pela doença de Parkinson que faz com que os membros tremam mesmo quando estão em repouso.

Sendo as suas causas tão diversas e podendo os tremores afetarem pessoas de ambos os sexos e de diferentes idades, como identificar então a Doença de Parkinson?

Em primeiro lugar, esteja atento ao aparecimento dos primeiros tremores, ao seu contexto e duração. Verifique se o tremor está associado a algum esforço físico que esteja a realizar. Localize o tremor e tente perceber se é simétrico (em ambos os lados ou membros) ou se afecta apenas um lado do corpo, geral ou localizado num determinado membro. Tente recordar-se há quanto tempo apresenta esse tremor e também quanto tempo dura o mesmo. No caso da doença de Parkinson, os sinais mais caraterísticos são os seguintes:

  • tremor centrado num determinado lado do corpo e num membro, frequentemente as mãos;
  • o tremor nota-se quando os membros estão em descanso e sem esforço (uma mão pode começar a tremer quando o paciente está sentado, por exemplo);
  • músculos rígidos;
  • movimentos lentos;
  • alteração do equilíbrio;

Em Portugal, foram diagnosticados 20 000 casos de Parkinson, prevendo-se que o número possa vir a triplicar. Sendo uma doença neurodegenerativa, compromete significativamente a qualidade de vida dos seus portadores, aumenta o risco de quedas, afeta o equilíbrio, a forma de andar e até mesmo a expressão facial e a qualidade do sono. Por isso, é importante relembrar a importância de consultar um médico especializado no caso de tremores prolongados e frequentes. Um neurologista poderá fazer um diagnóstico correto avaliando os sintomas e o histórico clínico e familiar do paciente. Esteja atento aos sintomas: uma sinalização antecipada é sempre meio caminho andado para minimizar ou controlar os efeitos da doença. 

Fonte da imagem: HealthTap.

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