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11/09/14

Emoções do cuidador: Culpa

A culpa é uma das emoções que pode atormentar qualquer pessoa. Resulta da contradição com os nossos valores e por isso, em algumas ocasiões, carece de sentido. As pessoas, normalmente antes de qualquer experiência crítica, recorrem a recursos pessoais e capacidades emocionais para enfrentá-la. Esses recursos e habilidades, dependendo da pessoa e do nível de traumatismo da situação, podem ajudar a enfrentar ou a paralisar.

Por outro lado, a culpa, quando aparece, é realmente subjetiva. Uma pessoa pode sentir-se muito culpada por não ter conseguido encarregar-se dos cuidados de um familiar dependente. No entanto, se se colocarem numa situação idêntica com outra pessoa como protagonista, frequentemente encaram-na de outra forma. Mas isto não faz com que se sintam melhor com elas próprias.

Quando nos referimos a cuidadores de familiares com Alzheimer ou algum outro tipo de demência, a culpabilidade é muitas vezes um sentimento predominante. Os cuidadores podem sentir que não estão a fazer as coisas corretamente, que poderiam fazê-lo melhor, que o seu familiar está a sofrer pelas suas más práticas ou mesmo que são eles os culpados da doença. Estes sentimentos, numa fase inicial, são normais, mas devem evoluir para outros que vão em direção contrária: «fiz tudo o que podia», «fiz o melhor que sabia», «as minhas intenções foram boas» ou «foi a doença que provocou toda esta situação».

Esta mudança de pensamento dá-se com maior probabilidade de maneira espontânea e, pouco a pouco, consegue-se encontrar o lado positivo da situação, o que se aprendeu. Os cuidadores podem valer-se do apoio dos seus entes queridos, de associações onde podem abordar o tema com pessoas que passaram pelo mesmo e isso constitui uma ajuda para se desfazerem do sentimento de culpa. Caso a culpa perdure, será necessário ajuda profissional para que seja possível seguir em frente e continuar a viver.

«Não deixes que o futuro seja um refém do teu passado.» Neal A. Maxwel

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