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16/10/14

Cuidar de quem cuida

Apesar da luta diária que os doentes com Alzheimer enfrentam, os cuidadores são, na maioria das vezes, uma apoio fundamental para estes pacientes e acabam por ser esquecidos quando se escreve sobre Alzheimer.

Energia, força de vontade e apoio externo são alguns dos componentes fundamentais para garantir que os cuidadores de doentes de Alzheimer conseguem enfrentar todas as barreiras impostas ao doente. Apesar de ser o doente quem experiencia a degradação da sua qualidade de vida, o cuidador também a sente com a mesma intensidade pelo acompanhamento diário que faz.

Para melhorar o dia a dia de um cuidador, Mário Beja Santos dá alguns conselhos no site Médicos de Portugal. Afirma, em primeiro lugar, que é necessário o cuidador admitir que o familiar sofre de uma doença crónica. Por forma a equilibrar o seu estado de espírito, o cuidador deve procurar apoio junto de uma associação de doentes, de um grupo de entreajuda ou de um psicólogo. A associação Alzheimer Portugal é um exemplos destas organizações e, com o objetivo de facilitar o trabalho dos cuidadores de pessoas com demência, criou uma linha telefónica de apoio para dar resposta a necessidades de diferente natureza, como pode consultar no site oficial.

O cuidador deve não só cuidar de si próprio, mas também deixar que os outros à sua volta cuidem de si pois está mais sujeito a episódios de irritação, depressão ou mesmo de oscilações económicas devido à degradação do estado de saúde da pessoa com Alzheimer. Ao aceitar ajuda, o cuidador partilha as experiências do seu trabalho e ouve também outros acontecimentos da pessoa com quem conversa, fugindo um pouco à rotina de cuidar de uma pessoa com Alzheimer ou outro tipo de demência.

Como a vida do cuidador fica sujeita às necessidades do doente, é importante informar-se com profissionais de saúde sobre como responder a situações adversas e a carências emocionais que venham a surgir. Os doentes de Alzheimer têm comportamentos alterados, tornando-se algumas vezes ansiosos, agressivos ou repetitivos. Mas, apesar destas alterações, o cuidador deve continuar a tratar a pessoa da mesma forma por forma a preservar a sua dignidade e incentivá-la a manter a sua autonomia.

Segundo um estudo de investigadores da Utah State University, publicado no Jornal de Gerontologia e divulgado pela Reuthers Health Information, as pessoas que sofrem de Alzheimer e que têm o seu cônjuge como cuidador têm menor probabilidade de sofrerem um agravamento do seu estado clínico. Os benefícios de uma relação próxima entre cuidador e doente aumentam com a proximidade de um relacionamento conjugal, pois há um maior investimento do cuidador na qualidade de vida do doente.

Devido a estes benefícios, torna-se importante que o cuidador consiga cuidar de si próprio e que aceite e peça ajuda de fora. Só assim é possível garantir a energia, a paciência e o auxílio necessários a um idoso com Alzheimer.

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