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15/10/14

Como proceder em caso de deambulação

por Eva Martinez, autora do portal El Taller de mis Memorias.

Nas fases mais avançadas da doença de Alzheimer aparecem importantes deficiências motoras. Normalmente, os doentes conservam a capacidade de andar mas com passo mais curto e lento. Surge, de forma progressiva, uma rigidez muscular que vai ter uma influência muito negativa tanto na marcha como em outros movimentos motores.

Uma percentagem significativa dos pacientes apresenta paratonia, uma anormalidade da contração muscular na qual o músculo que quer volutariamente relaxar-se, acaba por ficar contraído e tenso. Isto aumenta o risco de queda quando a pessoa se levanta sozinha de uma cadeira ou de uma poltrona e começa a deambular.

A deambulação errática só surge com muita frequência nestas fases e carateriza-se por um caminhar sem rumo, às vezes em lugares inapropriados e de forma excessiva pois os pacientes tendem a fazê-lo a qualquer hora do dia ou da noite, inclusivamente com tendência para fugirem de casa.

Em muitos casos, quando a deambulação acontece dentro de casa, é importante que o ambiente seja descontraído, com uma iluminação suave e música que seja apropriada. É muito importante eliminar qualquer tipo de barreira arquitetónica que possa provocar alguma queda ou acidente.

Se a deambulação acontecer no exterior, é importante colocar na pessoa algum tipo de localizador como cartões ou pulseiras com o seu nome, morada e número de telefone para o caso de se perder. É também aconselhável conversar com os vizinhos e comerciantes da zona para avisá-los da possibilidade de verem um doente perdido, sem saber para onde ir e como voltar para casa.

De qualquer forma é importante que o doente caminhe ao ar livre e esteja acompanhado pois são muitos os benefícios para a saúde física e para o bem-estar em geral: diminui o stress, favorece a regulação intestinal, reduz a obesidade, trabalha as articulações, etc.

Na hora de caminhar devemos adaptar-nos sempre ao ritmo do doente, procurando que seja um ritmo lento e rítmico. A pessoa idosa não deve chegar a cansar-se, sendo importante assegurar que, ao longo do caminho, existam bancos para sentar-se, descansar e, em seguida, retomar o passeio.

Assim, sempre que tenha oportunidade, é recomendável incluir na dinâmica diária um passeio ao ar livre na companhia de outra pessoa. 

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