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01/12/14

Cancro na terceira idade: apoio psicológico

O cancro pode estar associado à idade. À medida que envelhecemos, o nosso corpo tem menos armas para combater as ameaças e manter-se saudável.

Com o aparecimento do cancro, qualquer que seja o seu tipo, é comum surgirem sintomas psicológicos, geralmente ansiedade e depressão. É possível que nos idosos, o facto de terem de enfrentar uma doença tão grave como o cancro seja espontaneamente encarado com pessimismo e com uma visão limitada do futuro. O optimismo é a palavra-chave para enfrentar qualquer doença. A família deve partilhar este sentimento e transmiti-lo ao doente.

O apoio psicológico pode ser a chave para ajudar muitos pacientes e famílias que enfrentam este diagnóstico. Doentes sem esperança, resignados, com pensamentos catastróficos, negativos... e famílias pessimistas, desorientadas, sem capacidade de reação e sem saberem como apoiar o seu familiar.

Dependendo do estágio da doença, são apresentadas diferentes caraterísticas:

- Ao ser diagnosticado: confusão, ansiedade, ira, dificuldade de concentração, necessidade de responder à pergunta “porquê a mim?”.

- Em tratamento: alerta e atenção especial aos sintomas; medo do reaparecimento do cancro.

- Em fase terminal: perda de autonomia pessoal por parte do paciente e necessidade de apoio familiar e social.

Tendo em conta estas fases, o apoio psicológico irá centrar-se na aceitação do diagnóstico. Oferece-se um espaço de expressão e tenta-se moldar pensamentos negativos e prejudiciais através do fornecimento de informação objetiva sobre a doença. Deve intervir-se nos sintomas de ansiedade e de depressão tanto com técnicas de relaxamento como através da ênfase num pensamento positivo e optimista. É importante facilitar a comunicação e promover o apoio não só entre os familiares e o paciente, mas também entre os próprios familiares. Há que destacar ainda a importância de expressar pensamentos e emoções por forma a estabilizar o ânimo.

Confrontados com queixas, sinais de raiva e pessimismo do paciente, os familiares devem responder evitando discussões e censuras. Gerar um ambiente de compreensão e redirecionar essas queixas para aspectos positivos podem ajudar o paciente a sair desse ciclo de negatividade.

Por exemplo:

Paciente: “vá, deixa-me em paz, quero estar sozinho”, “isto é inútil se vou morrer na mesma...”, “a cada dia dói-me mais o corpo”.

Familiar: “hoje é o último ciclo! Dentro de pouco tempo, regressarão para analisar e ver se o cancro abrandou! Os médicos estão óptimistas!”, “as dores são normais, já nos disseram, mas repara que pelo menos a cabeça não te dói tanto como na semana passada...”, “são onze horas, vemos o programa de que tu gostas?”.

Este artigo é dedicado a todos os pacientes e familiares que convivem com o diagnóstico de cancro, de forma a mostrar o nosso apoio e a contribuir para melhorar a situação. 

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