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19/01/15

Cabelos Brancos: Um olhar mais humano sobre a velhice

O Cabelos Brancos, website de conteúdos sobre o envelhecimento, nasceu há menos de um mês e chega a cada vez mais pessoas de todas as idades. Uma aventura no universo do envelhecimento pensada pelas amigas Ana Caçapo e Luísa Pinheiro, com ligação ao tema desde muito cedo através do voluntariado. Começaram por falar e planear o conceito e  imagem do espaço digital em 2013 para inaugurá-lo no final do ano passado. «Sempre fizemos voluntariado com pessoas de idade e tínhamos também uma ligação grande com os idosos das nossas famílias», começa por contar Ana sobre o momento em que decidiram criar a Cabelos Brancos, afirmando que a decisão de lançar o projeto foi tomada em janeiro do ano passado.

«Sempre tivemos contato com idosos», afirma Luísa antes de contar um pouco a sua história pessoal relacionada com o início do projeto. «Sou do interior do país, perto de Viseu, de São Pedro do Sul, tenho 37 anos mas ainda sou do tempo em que convivia com os meus avós. As famílias eram grandes e vivi com os meus avós e convivia com os vizinhos, com os tios». Conviver com pessoas mais velhas nunca foi uma imposição para Luísa, sempre houve naturalidade na amizade que estabelecia com os idosos. Ao chegar a Lisboa lembra-se do impacto que teve por ver os idosos serem tratados de forma diferente, referindo-se à imagem do «idoso sozinho à janela». Foi nesse momento que pensou «vou ter que fazer voluntariado para aproveitar a minha experiência», ou por outras palavras, os anos de contacto com pessoas mais velhas. Conta com seis anos de voluntariado na Santa Casa da Misericórdia e Ana dá aulas de ioga numa universidade sénior. Com tanta convivência, começaram a pensar «em como seria quando chegasse a nossa vez», diz Ana, acabando por ser completada com a ideia de Luísa de todos sermos os velhos de amanhã.

O Cabelos Brancos começou com base num conjunto de convivências e ideias, através de uma abordagem descontraída, honesta e longe de se encaixar em outras plataformas mais sérias e institucionais sobre o mesmo tema. Assuntos tratados com uma abordagem que atrai cada vez mais pessoas, de qualquer idade. «Nós temos naturalmente essa abordagem na vida e nós achamos que é um tema que faz parte da vida de todos nós», começa por justificar Ana sobre o lado descontraído com que retratam os conteúdos do website, completando que para elas era natural não existir um «cariz duro e de declínio» associado ao envelhecimento. «Tinha de ser o reflexo daquilo que nós somos e daquilo que acreditamos», conta-nos convitamente Luísa, «aquilo é o nosso espelho e o que nós não queríamos fazer era mais uma vez uma abordagem institucional ou académica do tema». Chegam mesmo a acrescentar que não concordam com os modelos de apoio à terceira idade. Com o voluntariado com uma idosa dos 94 aos 100 anos, Luísa Pinheiro afirma que teve oportunidade de ver como funcionam os modelos. É o Estado, a família ou as instituições que decidem pelos idosos mas as criadoras do Cabelos Brancos acreditam que cada pessoa tem de criar o modelo ideal para a sua velhice. 

Valsa a dois tempos - Rita Redshoes e Avô Manuel © Cabelos Brancos

Decidiram então romper com os estereótipos e criaram o seu projeto à volta de quatro seções: «Fazer parte», por todos fazerem parte da sociedade independentemente da idade, «Viver Sem Prazo», com uma subseção «Nostalgia Portuguesa» em que as criadoras vão buscar profissões em desuso e histórias e memórias para trazê-las para o presente, «Sonhar é preciso» e as «Crónicas abensonhadas». Eixos, conceito e imagem pensadas e desenvolvidas por Ana e Luísa.

Nostalgia à Portuguesa - Encadernação Rosa © Cabelos Brancos

Ana aponta a proximidade como uma caraterística que as distingue de todas as outras plataformas sobre envelhecimento. É «não nos afastarmos do tema e estarmos dentro do tema de uma forma descontraída e pessoal também», diz-nos. Já Luísa aponta o amor e o conhecimento da causa que colocam no Cabelos Brancos como os dois fatores de diferenciação. «Não somos técnicas, não somos investigadoras. Somos duas pessoas, duas futuras idosas que convivem com idosos». As opiniões e críticas têm chegado e são cada vez mais incentivadoras para as duas fundadoras continuarem o projeto. «As pessoas dizem que nós fazemos com que as pessoas passem a olhar para um tema geralmente tratado de uma forma tão dura, tão pesada», afirma Ana. As pessoas que consultam o projeto sentem um certo fascínio pela abordagem leve e humana com que trabalham a informação sobre um tema cada vez mais delicado e presente na sociedade, afirmam as criadoras. Já conquistou apoio de alguns artistas, como é o caso de Rita Redshoes, que conversou com as criadoras do projeto ao lado do seu avô.

Os seguidores crescem a olhos vistos e desejam constituir-se como uma associação. Para já são apenas o projeto de duas amigas, segundo as palavras de Luísa, mas as críticas têm sido tão positivas que ambicionam passar à próxima fase. Desejam crescer tendo sempre em conta a magazine que as lançou. «Vamos supor se ficarmos Associação Cabelos Brancos, a magazine será sempre um dos elementos fundamentais da nossa ação», conclui Luísa.

Visite o website oficial e a página do Facebook da Cabelos Brancos.

Entrevista por David Pimenta.

04/11/2015. 11:41 pm

Felicidadecaçapo escreveu:

Gostaria que ana caçapo pudesse me ligar995895595naqui no brasil tenho certeza que somos parentes e realmente o idoso nao existe para as pessoas tenho 65anos e passo por isso sofro muito bjs drus abençoe

17/09/2015. 6:30 am

Felicidadecaçapo escreveu:

Gostaria muito que a ana caçapo me ligasse tenho certeza que somos parentes vivo no brasil perdi minha familia de vila real nao os conheci meu pai srmpre falou por favo peça que ana me ligue 21_ 99589 5595 bjs

13/10/2015. 5:00 pm

Cvirtual escreveu:

Boa tarde, cara Felicidade Capaço,

nós enviámos um email à equipa do projeto Cabelos Brancos, mas não obtivemos resposta. De qualquer forma, poderá sempre tentar em contacto com elas através do email que disponibilizámos no comentário em baixo. Um abraço e felicidades da equipa do Centro Virtual.

15/07/2015. 11:52 pm

Felicidade Caçapo escreveu:

Boa noite, meu nome é Felicidade Caçapo, família de Vizeu, moro no Brasil. Fiquei feliz de ver a foto talvez dos meus parentes. Chorei muito, gostaria por favor que entrassem em contato comigo pelo e-mail da minha amiga Regina, pois eu não tenho, e ela passa meu telefone para vocês. Ana, tenho certeza que somos da mesma família. Aguardo urgente, pois há anos procuro meus parentes.

16/07/2015. 1:25 pm

Cvirtual escreveu:

Boa tarde, cara Felicidade Caçapo,

obrigada pelo seu comentário. Este artigo é baseado no trabalho desenvolvido pela Ana Caçapo e pela Luísa Pinheiro no projeto Cabelos Brancos e as fotos são de pessoas que entrevistaram. Podem contactá-las através do email cabelosbrancosmagazine@gmail.com e desejamos as maiores felicidades para um futuro reencontro, se assim se confirmar. Um abraço da equipa do Centro Virtual!

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