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01/04/15

O amor sem prazo de validade

"Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem."

Assim escreveu Miguel Esteves Cardoso no seu livro Último Volume. Poderá o coração apanhar-se para sempre? Que aspeto tem um amor com mais de 50 anos? Como sobrevive uma relação a mais de meio século de existência? Inspirada pelas cartas trocadas entre os seus avós durante a II Guerra Mundial, mostramos, hoje, a reportagem fotográfica de Lauren Fleishman que retrata o amor de 100 casais juntos há mais de 50 anos. Sentimentos de saudosismo e uma grande admiração pelo companheirismo que estão claramente representados nas imagens em baixo. 

"Todos os dias, a minha mulher expressa o seu amor por mim. 'Já te disse que te amo, hoje?', diz ela. Todos os dias  todos os dias, ela diz isso." Moses e Tessie Rubenstein, © Lauren Fleishman

 

"Sempre soube que seria ela, a Harriet." Leon e Harriett Bolotin, © Lauren Fleishman

 

“Quando começamos a namorar, achamos que gostamos o mais possível um do outro, mas o amor cresce, tal como cresce a nossa imagem à medida que o tempo passa e que vivemos novas experiências. E, agora, nesta fase da vida, amo-o ainda mais. Não consigo imaginar a vida sem ele." John e Sherma Campbell, © Lauren Fleishman

 

"Nunca penso [o nosso amor] com base nos anos. Penso nele com base nos bons anos. No amor, a paixão tórrida não dura para sempre. Por isso, eu diria que sim, que o amor muda. E diria também que ainda estamos apaixonados. É uma questão de foco e de atenção, de fazer as pequenas coisas. Ele é um homem fantástico." Joseph e Dorothy Bolotin, © Lauren Fleishman

 

“O Jake perguntou-me: 'Seria possível eu casar contigo?' E eu respondi: 'Possível não, é provável!' E assim foi. Não seria provável que eu casasse com ele e ele sabia disso. Por isso, quando ele voltou para o país dele, Trinidade, a minha mãe e o meu pai respiraram de alívio. Mas ele costumava escrever-me e dizer: 'Acho que vou voltar para Inglaterra!'" Jake e Mary Jacobs, © Lauren Fleishman

 

“Na verdade, não pensamos sobre envelhecermos. Em primeiro lugar, estamos a envelhecer juntos e quando vemos uma pessoa constantemente, não notamos grandes mudanças. Tal como não reparamos que estamos a ganhar uma ruga aqui ou ali e que ela está a ficar mais profunda. Isso são apenas coisas que acontecem e não lhes prestamos atenção. Não nos apercebemos, de verdade. Não pensamos todos os dias: 'O meu marido já tem 83 anos e vai fazer 84. Oh, deus, estou casada com um velho!' E espero que ele sinta o mesmo em relação a mim." Gino e Angie Terranova, © Lauren Fleishman

 

“A primeira vez que a vi, ela tinha 14 anos e eu 22. Se receava que ela fosse demasiado nova para mim? Não! Até hoje, eu pareço um jovem! Sim, mesmo agora, ainda sou um jovem." Aldo de’Spagnolis e Maria Filiozzi de’Spagnolis, © Lauren Fleishman

12/05/2015. 7:44 pm

Artes da Marga escreveu:

Delícia ver as fotos e ler os textos! Sou casada há 31 anos e me vejo assim. Esse é o verdadeiro "Que seja eterno enquanto dure!" A vida! Ou "Até que a morte nos separe!" Quem passar por aqui verá que existe sim o amor eterno. Muito lindo!

14/05/2015. 12:37 pm

Cvirtual escreveu:

Olá, Artes da Marga! Muito obrigada pelo seu comentário! Concordamos em absoluto consigo sobre o verdadeiro amor e ficamos muito felizes de saber que os nossos utilizadores se revêm nestas histórias tão tocantes e inspiradoras. Desejamos-lhe as maiores felicidades, a si e ao seu amor! Um abraço da equipa do Centro Virtual sobre o Envelhecimento.

02/05/2015. 7:45 pm

Madalena da Costa escreveu:

Amei cada foto e as impressões de cada casal sobre o amor e o tempo. Eu penso que pode apanhar-se um coração para sempre. Amor ...Amar não envelhece, é só o corpo que sente os golpes do tempo.

05/05/2015. 6:05 pm

Cvirtual escreveu:

Olá, Madalena da Costa! Muito obrigada pela sua participação. Nós concordamos em absoluto consigo – as histórias destes amores são lindas e cada vez mais necessárias. Desejamos, também, que sejam histórias e amores intemporais! Um abraço da equipa do Centro Virtual e esperamos poder continuar a contar com a sua participação no nosso blogue!

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