Perguntas frequentes

PeRguntas freQuentes

1. Conhece os números mais recentes do envelhecimento?

A imagem do mundo em que vivemos tem vindo a ser alterada pelo envelhecimento da população, um fenómeno que se deve fundamentalmente ao aumento da esperança de vida e à descida progressiva das taxas de natalidade. Segundo as últimas previsões das Nações Unidas, no final de 2011 a população mundial era de 7 mil milhões de habitantes e calcula-se que em 2050 ultrapasse os 9 mil milhões. Enquanto os países em desenvolvimento apresentam uma população mais jovem e taxas de natalidade mais elevadas, a população mais envelhecida concentra-se principalmente nos países desenvolvidos. Neste países, a população com 60 anos ou mais está a aumentar ao ritmo mais rápido de sempre e prevê-se que cresça mais de 50% nas próximas décadas, passando de 274 milhões de pessoas em 2011 para 418 milhões em 2050. A Europa é atualmente a região do mundo com maior percentagem de população envelhecida. As previsões da Comissão Europeia apresentadas em 2012 apontam para um aumento de 18% para 30% no número de pessoas com mais de 65 anos na União Europeia, até 2060. A Espanha era em 2010 um dos Estados membros mais populosos com 46 milhões de habitantes, enquanto Portugal apresentava um total de 10 milhões. Para ambos os países, a Comissão Europeia calcula que o número de pessoas com mais de 65 anos de idade aumente entre 17% a 32%, de 2010 a 2060. Isto significa que, se em 2010 a população com mais de 65 anos em Espanha era de 7.8 milhões e de 1.9 milhões em Portugal, em 2060 passará respetivamente para 16.4 milhões e 3.3 milhões.

2. Quais são as principais patologias associadas ao envelhecimento?

O processo de envelhecimento é acompanhado por uma maior vulnerabilidade a uma série de patologias que afetam tanto o doente como o ambiente que o rodeia. Entre elas encontram-se, por exemplo, a hipertensão arterial, a depressão, os acidentes vasculares cerebrais ou as cataratas. Não obstante, existe na sociedade uma tendência para associar certos comportamentos como, por exemplo, a confusão e a diminução da capacidade de compreensão das pessoas idosas à velhice, quando na realidade são sintomas de doenças neurodegenerativas como as demências e as suas diferentes manifestações como Alzheimer ou Parkinson. Ao envelhecer é normal perdemos progressivamente certas capacidades, mas isso não significa necessariamente que se padeça de uma condição de demência.

3. O que é a demência? Quais as suas causas e sintomas?

A demência é o termo utilizado para descrever transtornos cerebrais que afetam a memória e a cognição de pessoas e, apesar de ser comum entre as pessoas de mais idade, não é uma componente normal do processo de envelhecimento. Existem diferentes tipos de demência como a demência vascular ou a demência frontotemporal, mas a doença de Alzheimer é a responsável pela grande maioria dos casos. No entanto, existem também outras causas que podem provocar demência como distúrbios metabólicos e anormalidades endócrinas, infeções, envenenamentos, tumores cerebrais, problemas cardiovasculares ou repiratórios, hipoxia cerebral e défices nutricionais, entre outros. Os sinais de alerta para a demência incluem dificultades crescentes na resolução de problemas e em manter o controlo emocional, alterações de comportamento e de personalidade como confusão, agressividade ou ansiedade, perdas de memória, nomeadamente de acontecimentos recentes, e dificultades de locomoção, entre outros. Cada pessoa é um caso único e muitos destes sintomas estão igualmente associados a outras patologias, muitas delas ligadas ao próprio processo de envelhecimento. Como tal, na presença de alguns destes sinais, e particularmente quando os mesmos começam a interferir de forma significativa na atividades do dia-a-dia, é fundamental consultar um especialista médico para chegar a um diagnóstico rigoroso.

4. O que é a doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer representa cerca de 50% a 60% de todos os casos de demência no mundo e caracteriza-se pela morte de células cerebrais responsáveis pela libertação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, o qual está estreitamente ligado aos processos de memória e aprendizagem. A causa desta morte neuronal ainda é desconhecida, mas a doença provoca uma deterioração progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas como a memória, a atenção, a concentração ou a linguagem. Os sintomas iniciais incluem perda de memória, confusão mental e desorientação, e vão-se agravando à medida que as células cerebrais vão morrendo.

5. E a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema motor provocando tremores, rigidez, lentidão nos movimentos corporais, instabilidade na postura e alterações da marcha. No cérebro, existem determinadas células que produzem uma substância química chamada dopamina, a qual transporta mensagens que informam o corpo sobre como e quando mover-se. A doença de Parkinson surge quando estas células cerebrais morrem ou ficam afetadas. Como deixa de existir dopamina suficiente para transportar estas mensagens, os movimentos tornam-se mais difíceis. A doença surge geralmente no final da meia-idade e tem como sintoma inical um tremor ligeiro numa mão, braço ou perna. À medida que a doença evolui, o tremor torna-se mais difuso e pode ser acompanhado por outro tipo de sintomas como a perda de memória, a depressão, a confusão no discurso ou a ansiedade, os quais são sintomas igualmente característicos de outras doenças neurodegenerativas. Apesar de não existir atualmente uma cura para a doença de Parkinson, os seus sintomas podem ser controlados através de diversos tipos de medicação, bem como com ajuda de terapias não farmacológicas.

6. Como se trata a demência?

Existe um amplo leque de técnicas que podem ser aplicadas ao tratamento da demência e que passam não só pelo tratamento médico necessário, mas também por outras intervenções não farmacológicas que podem ajudar a aliviar os sintomas associados à demência, promovendo o bem-estar e a realização pessoal destes pacientes. Apesar de não existir uma cura, os medicamentos existentes podem ajudar a estabilizar e a minimizar alguns sintomas. Ao mesmo tempo, existem várias atividades que visam não só ajudar o doente a adaptar-se à sua condição, mas também estimular as suas diferentes capacidades. A musicoterapia, o contato com a natureza ou a realização de atividades artísticas em grupo são alguns exemplos de atividades que promovem a autonomia, a comunição e a sensação de propósito e dignidade destes pacientes. As abordagens médicas não farmacológicas não devem ser encaradas como antagónicas, mas sim como complementares, no sentido de criar um modelo holístico e integrado para a prestação de cuidados.

7. Tenho um familiar com demência. Onde posso procurar ajuda?

Se cuida de alguém que sofre de demência, existem várias organizações que podem ajudá-lo, seja a nível profissional ou como voluntários. No Centro Virtual sobre o Envelhecimento, pode encontrar várias organizações, centros e associações locais que oferecem ajuda especializada e diferentes serviços para os pacientes e os seus cuidadores. Estas organizações prestam não só apoio domiciliário diário e cuidados complementares de saúde, mas algumas delas possuem também outro tipo de programas e atividades de grupos destinadas a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de quem sofre de demência.

8. Como podemos envelhecer ativamente?

Envelhecer ativamente significa adotar um conjunto de atitudes e ações que podem ajudar as pessoas mais velhas a desempenharem um papel ativo na sociedade e a viverem as suas vidas da forma mais saudável, independente e preenchida possível. O objetivo do envelhecimento ativo é manter em aberto a oportunidade das pessoas mais velhas continuarem a trabalhar e a partilhar as suas experiências e conhecimentos. A União Europeia elegeu 2012 como a Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações procurando sensibilizar os cidadãos para a temática do envelhecimento e dos seus diferentes desafios, bem como contribuir para a difusão de boas prácticas. Manter-se ativo e participar em atividades que promovam sentimentos de pertença, comunicação e participação são formas importantes de prevenir e de lidar com os vários desafios que o envelhecimento nos coloca, tanto a nível biológico, como a nível intelectual e emocional.

9. Como prevenir ou atenuar a Síndrome do Cuidador?

Os cuidadores de idosos, principalmente dos que se encontram afetados por alguma das manifestações de demência, estão sujeitos a uma pressão intensa que afeta a sua própia saúde física, psicológica e emocional. Cuidar de alguém que sofre de demência é uma atividade complexa, intensa e desgastante. A Síndrome do Cuidador é caracterizada por um conjunto de diferentes manifestações resultantes da sobrecarga do cuidador e que podem incluir cansaço físico e mental, irritação, ansiedade ou depressão, entre outros sintomas. Para prevenir ou atenuar esta síndrome, recomenda-se aos cuidadores que procurem informação e apoio especializado que ajude a lidar com os diferentes desafios diários. Ter acesso a 'Manuais do Cuidador', participar em grupos de apoio e sessões de formação, praticar exercício físico ou outras atividades de relaxamento e distração são algumas das medidas que podem contribuir para melhorar o bem-estar e o desempenho dos cuidadores.