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No dia 13 de setembro, a ASPSI – Associação de Apoio e Estudo às Psicognosis na Raia Central – organizou, em Castelo Branco, um simpósio subordinado ao tema «Convergência na ação face à doença de Alzheimer». 

O encontro começou com as interveções de abertura do Dr. João Silveira, Presidente da ASPSI, do Dr. Óscar González Benito, Diretor-gerente da Fundación General de la Universidad de Salamanca e do Dr. Luís Correia, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco.

A primeira sessão debruçou-se sobre a «abordagem humana do envelhecimento e da demência» e esteve a cargo do Prof. Dr. António Lourenço Marques, Ex-diretor do Serviço de Medicina Paliativa do Centro Hospitalar Cova da Beira, Professor Associado convidado da FCS/UBI e membro da direção da ASPSI. A sua apresentação teve como eixo central questionar «se o cuidado prestado às pessoas que sofrem de demência se pode inscrever no modelo comum da medicina tradicional».

A ciência tem estado ao serviço de um ideal curativo tecnológico — a eliminação das doenças. Como tal, o modelo comum adotado assenta em três pilares: o diagnóstico rigoroso das doenças, o tratamento médico dos pacientes e a cura. Com a viragem para o século XX, o crescimento da ciência, da indústria médica e das descobertas de novas curas, registou-se um aumento do tempo de vida, a par do aumento de patologias incuráveis. Estes desenvolvimentos colocam novos desafios ao modelo de prestação de cuidados de saúde que necessita não só de preservar a vida em si, mas também de assegurar a sua qualidade. Há por isso uma nova atenção que se tem vindo a construir relativamente ao sofrimento e à dignidade humana

No que concerne às demências em particular, e tendo em conta a sua natureza incurável e a multiplicidade dos seus sintomas, o modelo de prestação nde cuidados deve garantir o conforto físico, o respeito pelos valores e decisões do paciente e dos seus familiares e o enriquecimento existencial da vida através de cuidados de integração social e valorização pessoal. Importa ainda referir que os cuidados devem ser organizados precocemente, no início da doença e não apenas no seu agravamento ou término.

Seguiu-se a intervenção do Prof. Doutor António Leuschner, Professor Catedrático convidado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e Presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, sobre o tema «memória e estimulação». Para além da explicação dos tipos de memória existentes e da importância da estimulação, a intervenção do Prof. Doutor Leuschner salientou ainda a necessidade do trabalho em equipa (psicólogos, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, etc.) e da intervenção ao longo de todo o processo de envelhecimento e não apenas na fase de agravamento dos seus sintomas ou patologias.

O simpósio contou depois com o lançamento oficial da versão portuguesa do Centro Virtual sobre o Envelhecimento. Foram apresentados os resultados dos dois anos da versão espanhola e que, orgulhosamente, regista já 120 000 utilizadores e mais de 600 000 páginas visitadas. Foram também explicadas em detalhe cada uma das secções do site e das restantes iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas no seu âmbito. 

A última apresentação esteve a cargo do Prof. Dr. Álvaro Carvalho, Diretor do Programa Nacional para Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde. Após apresentar os dados mais recentes das perturbações neurocognitivas em Portugal e alguns dos projetos nacionais e internacionais mais relevantes sobre o tema, o Prof. Dr. Álvaro Carvalho elencou também os principais compromissos políticos e orientações institucionais para a doença de Alzheimer, salientando assim a importância desta temática no panorama atual da saúde.

O simpósio encerrou com um interessante debate entre a mesa e a audiência presente.

Em baixo, pode consultar o programa detalhado do evento, bem como algumas das suas fotos.

Programa