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Em 2007, numa visita a um hospital francês, a fotografa Maja Daniels reparou em dois idosos que tentavam chamar a sua atenção através do vidro da porta de uma das enfermarias. Mais tarde descobriu que se tratava de uma ala destinada a pacientes de Alzheimer e que se encontrava isolada, impedindo o contacto destes com as restantes unidades do hospital.

Depois de um longo período para conseguir obter as autorizações necessárias, Maja começou a fotografar estes doentes, centrando-se na sua relação com a porta de entrada. Por precaução, esta porta está permanentemente trancada. Os pacientes podem circular livremente dentro da enfermaria, mas não conseguem transpor a porta, o que faz com que ela se transforme no centro da sua atenção. As fotografias mostram uma porta danificada com marcas que provam que foi forçada inúmeras vezes. Durante os 3 anos que passou nesta ala, Maja explica que os residentes tentavam abrir a porta durante horas seguidas e fotografou vários deles a espreitar através do vidro, a bater nele ou a sacudir os puxadores de plástico branco. 

Ironicamente, esta zona do hospital chama-se “Unidade Protegida” (Protected Unit). Apesar da porta evitar que os pacientes se percam ou possam escapar, tendo em conta o nível de desorientação e esquecimento associado à doença de Alzheimer, a verdade é que ela contribui também para aumentar os seus estados de confusão e incompreensão.

Para além de documentar o dia-a-dia destes doentes e de chamar a atenção para as dificuldades e o preconceito que enfrentam, a reportagem de Maja procura ser, acima de tudo, uma forma de consciencializar a sociedade para a necessidade de repensar a forma como encaramos o envelhecimento e os seus cuidados associados.

A reportagem intitula-se No esquecimento (Into oblivion) e pode ser vista na sua totalidade aqui.

Queremos saber a sua opinião! O que acha deste tipo de medidas? Como garantir a segurança dos doentes de Alzheimer? Como pode a sociedade contribuir para a sua integração? 

Fotos: © Maja Daniels