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25/08/14

A música como terapia para pessoas com Alzheimer

Queremos partilhar com os nossos utilizadores um importante artigo publicado no Huffington Post sobre a utilização da música como terapia para pessoas com Alzheimer. A autora deste artigo é Marie Marley,  responsável pelo livro Come Back Early Today: a Memoir of Love, Alzheimer’s and Joy.
 
A escritora ressalta que as pessoas que cuidam de pacientes com Alzheimer sabem que a música é muito especial para eles e, apesar de não travar ou diminuir o avanço da doença, pode proporcionar benefícios significativos. Marie explica que muitas pessoas com Alzheimer são capazes de cantar canções e que inclusivamente se recordam da maior parte da letra mesmo após a doença ter progredido tanto ao ponto de não reconhecerem os seus entes queridos, não serem capazes de vestir-se ou de se lembrarem do que aconteceu há cinco minutos.
 
Marie afirma ainda que, depois de ouvirem música, os pacientes ficam mais tranquilos, o seu humor melhora e são mais ativos do que antes, o que incrementa não só a sua própria qualidade de vida, mas também a dos cuidadores. Refere ainda estar comprovado que a música ajuda as pessoas com algum tipo de demência a recuperar memórias que os cuidadores haviam dado como perdidas para sempre.
 
Deixamos aos nossos utilizadores algumas recomendações de Marie Marley sobre como aplicar a música de uma forma terapêutica a pessoas com Alzheimer.
 
Tocar música para o paciente
 
Se não sabe cantar ou tocar um instrumento, uma opção para os pacientes nas primeiras fases da doença seria levá-los a um concerto ou convidar um músico ou amigo que toque um instrumento em casa. Se o doente estiver numa instituição, geralmente existem pessoas que podem cantar ou tocar música para os residentes ou que organizam atuações musicais.
 
Escutar música gravada não traz tantos benefícios em termos de estimulação cognitiva como a música ao vivo por não proporcionar uma estimulação visual. Todavia tem a vantagem de permitir a repetição das canções quantas vezes o paciente queira e em qualquer momento. Alguns cuidadores carregam o leitor de música com uma série de canções que os pacientes gostavam antes de adquirirem a doença e mesmo a música de fundo pode trazer alívio, tranquilidade e prazer.
 
Organize experiências musicais em que os pacientes possam participar
 
Participar na música é muito mais interativo do que escutá-la e isso pode ser feito de muitas maneiras. Num centro de dia ou numa residência, a atividade musical mais comum é cantar em grupo. Estas sessões costumam captar a atenção dos residentes, mesmo dos que se encontram em fases mais avançadas da doença, e é surpreendente a quantidade de letras que recordam. Também para aquelas pessoas que vivem na sua casa, cantar em grupo com a família e com os amigos é uma atividade que traz alegria para todos os envolvidos.
 
Em qualquer ambiente, as pessoas com Alzheimer podem tocar bateria, pandeireta ou outros instrumentos de percurssão. Não é necessária nenhuma experiência e estimula de facto as capacidades cognitivas.
 
Outro método efetivo consiste em incentivar o paciente a tentar tocar novamente um instrumento que tocava no passado. Alguns pacientes, principalmente os que se encontram na fase inicial da doença, são capazes de voltar tocar e isso aumenta a sua autoestima e independência.
 
Utilizar música adequada
 
A autora assinala que a regra fundamental para utilizar música com alguém que tem Alzheimer é observar sempre a sua reação à música e parar imediatamente se tiverem a sensação de que está a afetá-la de forma negativa.
 
Utilize músicas de que os pacientes gostavam ou música popular da sua adolescência ou dos primeiros anos da sua vida adulta.
 
Para evitar inquietar ou perturbar o doente, não utilize música dissonante, frenética ou muito alta e tenha o cuidado de não recorrer a música muito triste ou que pode estar vinculada a experiências negativas do passado.
 
Em conclusão, Marie Marley afirma que seguir estas simples diretrizes pode oferecer às famílias novas formas de se ligarem, interagirem e trazerem alegria à vida dos seus entes queridos.

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